Luto pelas partidas de Florindo e Heyder
Um dia duplamente triste para o povo colorado. Com enorme pesar recebemos a notícia do falecimento de duas importantes figuras da história alvirrubra, ambos vitimados pela pandemia de Covid-19. Florindo, lenda do Rolinho na década de 1950, e Heyder, destaque do Inter nos anos 1980, nos deixaram nesta terça (23/02).
O Gigante de Ébano
Ídolo que marcou época nos Eucaliptos, Florindo, o ‘Gigante de Ébano’, foi um dos maiores zagueiros da história do Internacional. Contratado por indicação do igualmente marcante Teté, o defensor vestiu as cores do Clube do Povo de 1951 a 1959, quando integrou o icônico Rolinho, formação tetracampeã citadina e estadual, sucessora do Rolo Compressor.
Titular no primeiro Gre-Nal do Estádio Olímpico, Florindo foi um dos destaques do eterno 6 a 2 colorado. Apesar do batismo da casa rival, porém, o clássico mais marcante para a biografia do defensor foi outro. Também na casa gremista, certa feita arrancou aplausos de azuis e vermelhos ao cortar, de bicicleta, arremate endereçado às redes do Clube do Povo.
Herói da “SeleInter” campeã do Pan-Americano de 1956, quando oito dos 22 convocados atuavam no Colorado, foi durante o torneio, realizado no México, que o defensor conquistou o especial apelido. À família do ídolo, o Clube do Povo está prestando toda assistência necessária neste momento de luto. Afinal, além de craque, Florindo era também um apaixonado pelo Inter.
Em setembro de 2019, às vésperas de completar 90 anos, o Gigante de Ébano visitou o Gigante da Beira-Rio e prestigiou a apresentação do quinto Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol. Já acometido pelo mal de Alzheimer, Florindo não deixou de conceder entrevista para a Rádio Colorada, onde ressaltou sua paixão pelo Internacional.
“É grande a emoção que estou sentindo, fica difícil falar. Aqui no Clube fiz grandes amigos, como Larry, Bodinho, Canhotinho… todos eles. Falar do Inter faz meu coração saltar, assim como o carinho do torcedor. Nunca vou esquecer do que vivi aqui.”
Florindo
O driblador Heyder
Após passagem por clubes como Cruzeiro, Flamengo e Bahia, Heyder chegou ao Internacional em maio de 1987, levado pelo técnico Ênio Andrade e posteriormente treinado por Abel Braga. Com a camisa alvirrubra, foi peça importante para o Colorado chegar às finais do Brasileirão de 1988 e 89. Além disso, foi destaque na Copa Libertadores de 1989, principalmente na goleada por 6 a 2 sobre Peñarol, quando jornais uruguaios chegaram a considerá-lo sucessor de Garrincha, tamanho o estrago causado na defesa charrua.
Nascido no dia 1 de dezembro de 1959, em Belém do Pará, o ex-ponta direita faleceu aos 61 anos. Heyder vivia na sua cidade natal, onde trabalhava como funcionário público desde que pendurou as chuteiras. Relembre a histórica goleada sobre o Peñarol!
De parte do Internacional, fica o agradecimento a dois jogadores que tanto fizeram pela história colorada. O Clube também deseja força e conforto para os familiares, que sempre encontrarão no Beira-Rio um lar para chamar de seu.