Departamento de Futebol retoma atividades no CT Parque Gigante

Inter está de volta ao CT Parque Gigante/Foto: Ricardo Duarte

O futebol colorado está de volta ao seu CEP diário. Após 115 dias de devastação sucedida por intensos e ininterruptos trabalhos, o CT Parque Gigante reencontrou as atividades do Departamento de Futebol do Clube do Povo na tarde deste sábado (24/08). Inutilizada desde 2 de maio, quando começou a sofrer com os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul, a estrutura, completamente reconstruída ao longo dos últimos meses, recebeu o derradeiro treino da equipe de Roger Machado antes do embate com o Cruzeiro, válido pela 24ª rodada do Brasileirão.

Ao todo, o CT Parque Gigante passou 24 dias alagado, entre 2 e 25 de maio, e teve todos os seus prédios inundados. Em alguns pontos, a água superou os dois metros de altura. Os trabalhos de limpeza do complexo, iniciados ainda no quinto mês do ano, contaram com o auxílio da Cooperativa dos Catadores da Cavalhada, e recolheram mais de 50 toneladas de entulho.

Prédio principal foi completamente reconstruído/Foto: Daniel Marenco

Diante das graves avarias a que foi exposto, o prédio principal do Centro de Treinamento precisou ser totalmente reconstruído. Esse processo teve início em 3 de junho e foi concluído no dia 12 do mês passado. Na semana seguinte, funcionários do setor administrativo já haviam retornado às atividades no local, mas o elenco profissional teve que continuar treinando no CT Alvorada, visto que o replantio dos campos ainda não estava concluído.

O processo de reconstrução do CT Parque Gigante também passou por melhorias na estrutura do complexo. Antes de gesso acartonado, por exemplo, as paredes do prédio principal agora são de alvenaria. Já para o setor administrativo, foi priorizada a aquisição de mobiliário que não precise ser afixado no chão.

A história sendo preservada: como o Museu do Inter está cuidando do acervo afetado pelas enchentes

No mês de maio, todo o Rio Grande do Sul viveu momentos inimagináveis em decorrência das fortes enchentes. Afetado, o acervo do Museu do Inter precisou de um cuidado especial para que a história colorada pudesse ser preservada.

A casa da história colorada foi afetada pelas enchentes que assolaram o RS/ Foto: Divulgação/Museu
Equipe formada por voluntários, funcionários do Clube e membros da torcida ajudaram na limpeza/ Foto: Divulgação/Museu

O local teve suas reservas técnicas 1 e 3 impactadas, uma vez que ficam localizadas no nível 1 do Estádio, área que foi inundada devido ao rápido aumento no nível da água. Entretanto, graças ao empenho da equipe formada por funcionários do Museu, patrimônio e voluntários, parte do que ali estava conseguiu ser resgatado antes e durante a enchente, como conta o Coordenador do Museu, João Vicente Linck.

Coordenador do Museu João Vicente Linck explica reorganização das reservas técnicas e trabalho da equipe que resgatou os materiais de acervo.
Reservas técnicas 1 e 3 foram afetadas/ Foto: Divulgação/Museu

A recepção e a parte administrativa também foram afetadas/ Foto: Divulgação/Museu

Estima-se que em torno de 10% do acervo que estava nas Reservas 1 e 3 ficou, ao menos, uma semana submersa. No entanto, apenas uma pequena parte do material foi danificada de forma irreparável e, além disso, conforme a análise interna, grande parte dos objetos não eram raros, podendo ser encontrados em outros departamentos do Clube, como o Arquivo e a Biblioteca.

As áreas mais atingidas continham principalmente troféus e itens metálicos, que estão sendo restaurados, higienizados e passando por pequenos reparos (se necessário). Já os documentos mais danificados foram congelados e receberão, ao longo dos anos, diversos cuidados, visando a sua preservação a longo prazo.

Juliana Ribeiro, auxiliar do Museu, explica processos de cuidados com os materiais de acervo que foram afetados pelas enchentes.
Equipe, voluntários e funcionário do Clube estão mobilizados na limpeza do acervo/ Foto: Divulgação/Museu
Museu reabrirá para o público nesta terça-feira (23)/ Foto: Divulgação/Museu

Após realizar o resgate dos materiais e ser posto em prática o plano de limpeza e tratamento, as peças foram direcionadas o ginásio Gigantinho, onde além de estarem secando, são examinadas à procura de danos que não foram perceptíveis na primeira análise. Quando retornarem às reservas técnicas, os materiais serão armazenados e identificados como sobreviventes.

Taças afetadas pelas enchentes estão recebendo etiquetas de sobrevivente/Foto: Divulgação/Museu

Ao todo, cerca de trinta pessoas trabalharam nesta missão de preservar a história do Clube do Povo e restaurar o material, que representa, além da história do Sport Club Internacional, a luta de um povo forte, aguerrido e bravo, em um momento tão difícil para o nosso Rio Grande do Sul e para o Museu do Inter.

Clique aqui para conferir o relatório completo da situação do acervo. Nesta terça-feira (23), a partir das 10h, o Museu do Inter retorna suas atividades após 82 dias.

Inter atualiza informações sobre o Complexo Beira-Rio

Complexo Beira-Rio foi impactado pelas enchentes/Foto: Sport Club Internacional

A estrutura do Internacional foi consideravelmente impactada pelas enchentes que ocorrem no Rio Grande do Sul desde o início de maio. Segundo Victor Grunberg, terceiro vice-presidente colorado, somente na segunda-feira passada foi possível, com a redução do nível das águas, acessar o Complexo Beira-Rio e iniciar a inspeção dos danos, que foram sentidos em diversas áreas do Clube. A informação foi dada em entrevista coletiva concedida após o treino desta quarta-feira (15/05), na PUC-RS.

O gramado do Gigante, onde as águas atingiram 60cm de altura, fazendo os bancos e casamatas boiarem, precisará de 45 a 60 dias para ser recuperado. Todo o plantio de inverno foi perdido.

Plantio do gramado de inverno foi perdido/Foto: Comunicação Sport Club Internacional

Já na estrutura do estádio, a água atingiu números ainda maiores, na casa do 1,20m de altura (no segundo degrau da arquibancada inferior). Assim, todo o nível inferior foi atingido, ocasiando perdas de mobília e computadores na parte administrativa e impactando a rede elétrica, que necessita de sucção. As cinco subestações também sofreram com perdas de equipamento.

Os trabalhos de limpeza e desinfecção do Complexo Beira-Rio começarão nesta quinta-feira (16/05) e se estenderão ao longo dos próximos 30 dias, enquanto a reconstrução geral será concluída em 120 dias. O estádio, que hoje se encontra sem água e luz, só terá condições plenas de funcionamento no final do mês de setembro.

Sobre o CT Parque Gigante, Victor Grunberg destacou que a água no endereço está, há mais de uma semana, com aproximadamente de dois metros de altura. No Gigantinho, que serviu de ponto de coleta de donativos entre os dias dois e quatro de maio, as medições registraram 50 centímetros. Diante desse cenário, o Clube reforçou a segurança do Complexo, incluindo o uso de barcos e drones para partrulhamento do perímetro.

Doações

O Clube já arrecadou mais de 20 mil quilos de alimento e 25 mil peças de roupa, kits de higiene e limpeza, ração e outros itens. Atualmente, o ponto de coletas do Inter ocorre na quadra da Escola de Samba Fidalgos e Aristocratas, localizada na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua São Francisco. O endereço recebe doações diariamente, das 9h às 18h.