Confira dicas do departamento de nutrição do grupo principal para manter a imunidade alta em tempos de quarentena
A pandemia mundial de Covid-19, enfermidade causada pelo novo coronavírus, vem motivando intensa preocupação ao redor do planeta. Dona de elevada taxa de propagação, a doença, capaz de colapsar sistemas de saúde das mais variadas nações, desperta grande angústia na população não apenas por sua rápida disseminação, mas também pela inexistência de uma cura ou tratamento com eficácia comprovada. Até por isso, a recomendação da Organização Mundial de Sáude (OMS) é bastante clara: ficar em casa. O que não esgota, é bom lembrar, os cuidados que podemos tomar.
A correta higienização de nossas mãos, preferencialmente com água e sabão ou, quando necessário, álcool gel, é uma das melhores maneiras de evitar a contaminação. Além disso, seguir uma rotina saudável é fundamental para manter elevada a imunidade de nosso corpo, condição que pode ser alcançada, entre outros, através de uma alimentação regrada e devidamente controlada. Pensando nisso, o Clube do Povo consultou o departamento de nutrição do grupo principal colorado, que repassou à sociedade gaúcha, e em especial para a Maior e Melhor Torcida do Rio Grande, algumas orientações para os atuais tempos de quarentena. Confira a seguir:
Site do Inter: Manter a imunidade alta é sempre positivo, ainda mais em tempos como os atuais. Existem alimentos que podem contribuir isto? Quais seriam eles e por quê?
Departamento de Nutrição: Logo de cara, é importante salientar que a ingestão de certos alimentos influencia na nossa imunidade desde que o consumo faça parte da nossa rotina. Não existe alimento ou fórmula mágica com a capacidade de evitar qualquer contaminação. Dito isto, os principais nutrientes que auxiliam no sistema imune são:
> Vitamina A: cenoura, abóbora, mamão, damasco, espinafre, couve, leite integral, gema de ovo;
> Vitamina C: goiaba, acerola, limão, laranja, kiwi, morango, caju, pimentão, salsinha;
> Vitamina E: óleos vegetais, semente de girassol, amêndoas, amendoim, avelã, gérmen de trigo;
> Ferro: feijões, grão de bico, lentilha, brócolis, espinafre, couve, quinoa, castanha de caju, melado, carnes vermelhas;
> Selênio: castanha do Pará, macadâmia;
> Zinco: cereais integrais, feijão, semente de abóbora, nozes, frutos do mar;
> Ômega 3: sementes de chia e de linhaça, óleo de linhaça, nozes;
> Probióticos: kombucha, kefir, chucrute, missô, vinagre de maçã, iogurte natural;
> Anti-inflamatórios: gengibre, cúrcuma, pimenta, cebola, alho, frutas vermelhas, azeite de oliva extravirgem;
Site: Idosos, gestantes e crianças possuem recomendações específicas?
Nutrição: As recomendações são as mesmas, porém, por serem considerados grupos de risco, estes devem estar mais atentos, intensificando os cuidados de forma geral, uma vez que estão mais suscetíveis a complicações. Em especial, é claro, os que apresentam doenças preexistentes, como hipertensão, diabetes e doenças respiratórias. Além disso, é importante ressaltar a questão da ingestão hídrica nesses grupos, pois também estão mais propensos à desidratação.
S: Para muitas pessoas, o isolamento terá como consequência um contato cada vez mais escasso com a luz solar. Como compensar esta falta de Vitamina D?
N: De fato, a melhor forma de absorção da vitamina D é através da exposição solar. Quem não conseguir este contato, mesmo que por alguns minutos diariamente, pode se beneficiar do uso de suplementos, desde que sempre com orientação de um nutricionista ou médico.
S: Para além do caso específico de pouco contato com a luz do sol, o isolamento social também impõe muitos outros desafios à população. Existe uma dieta mais adequada para este tipo de rotina?
N: A recomendação é de que se tente manter a rotina mais próxima do saudável, com refeições definidas e nos horários habituais. A alimentação deve, na medida do possível, ser variada, pois assim conseguimos garantir a ingestão de diferentes nutrientes, dando sempre preferência aos alimentos orgânicos. É muito importante evitar dietas restritivas e que excluam qualquer grupo alimentar, pois uma ingestão inferior a nossa necessidade, ou cortes desnecessários, implicam diretamente no funcionamento do sistema imune.
S: A importância de nos mantermos hidratados, portanto, fica ainda maior?
N: Com certeza. A ingestão de água é fundamental para o funcionamento do nosso organismo como um todo, mas também exerce grande influência no sistema imunológico. Em relação ao trato respiratório, a hidratação adequada interfere no fortalecimento da imunidade, preserva a integridade das mucosas e, em casos já instalados, pode amenizar os sintomas e auxiliar na recuperação. A indicação de consumo é de 35 a 40 mL por kg de peso corporal, sempre lembrando que sucos, chimarrão, chás e outras bebidas não substituem a água.
S: Quais tipos de cuidados devemos ter com o manuseio e preparo da comida?
N: Todos os alimentos precisam ser higienizados antes do armazenamento. Frutas e verduras devem ficar por 15 minutos mergulhadas em solução clorada (1 colher de sopa de água sanitária para 1 litro de água, ou soluções sanitizantes próprias para este fim). Depois, precisam ser enxaguadas, secas e armazenadas em refrigeração.
Alimentos embalados devem ter suas embalagens higienizadas com álcool 70%, para depois serem armazenados. Indica-se também conservar os alimentos em temperaturas seguras, evitando exposição à temperatura ambiente por muito tempo, tanto nos dias frios quanto nos quentes.
Ainda, lave bem as mãos antes de preparar ou consumir qualquer alimento. O local do preparo das refeições também deve ser higienizado com certa regularidade.
S: Existe algum alimento que seja melhor evitar?
N: Evitar consumo excessivo de doces, alimentos gordurosos, ultraprocessados e bebidas alcoólicas. Além dos cuidados com alimentação, registre-se, é de suma importância se manter ativo e, também, cuidar do sono.