Inter apresenta orçamento sem déficit para 2021

O Sport Club Internacional teve a aprovação do seu novo plano orçamentário para temporada 2021. O orçamento para este ano, que já havia sido apresentado anteriormente, foi refeito pela nova gestão do clube por recomendação do conselho fiscal. O novo orçamento mostra números mais conservadores e economias em diversas áreas, buscando melhores condições para o enfrentamento das dívidas de curto e longo prazos.

No documento apresentado ficam visíveis alguns objetivos da nova gestão, como a redução dos custos e despesas, o aumento das receitas e a busca pela eficiência em todas as áreas da instituição. “Ao analisar as receitas para este ano, é preciso ter um olhar cuidadoso para a realidade difícil que se apresenta. Os valores das premiações dos campeonatos do ano passado aparecem neste ano, melhorando as receitas, o que pode confundir os leitores mais superficiais. Entretanto, para esse segundo ano de pandemia, as projeções de receitas do Internacional são mais conservadoras nos aspectos relacionados às receitas oriundas da performance esportiva. Diante disso, o clube ainda vai necessitar da venda de atletas para equilibrar suas contas”, afirma o presidente Alessandro Barcellos.

Na parte dos custos e despesas, embora os números apresentem uma redução que pode parecer pequena em relação ao ano passado, algumas ações trazem benefícios importantes no longo prazo. Em 2021, boa parte do ano será impactada por renegociações e medidas que trazem um efeito parcial no primeiro momento, mas que, consolidadas, permitem uma economia anual projetada bastante relevante. “Neste sentido, se compararmos o mês de dezembro de 2020 frente ao projetado para o mês de dezembro de 2021, notaremos uma economia significativa que, anualizada, pode trazer aproximadamente R$ 55 milhões para o caixa do Clube a partir de 2022″, revela Barcellos.

As medidas buscam manter o Clube protagonista nas competições que participa. Segundo Giovane Zanardo dos Santos, CEO do Inter, “os esforços em encontrar espaços para redução de custos e despesas buscam canalizar estes recursos não apenas para o enfrentamento da dívida, mas para investimentos na manutenção da competitividade das equipes masculina e feminina, bem como na formação de atletas e na aplicação da ciência de dados para melhorar o acerto nas decisões de investimentos, trazendo para o Clube um aumento da eficiência operacional”.

A revisão do orçamento sinaliza o comprometimento do Conselho de Gestão com a estratégia econômica e financeira do Clube para o longo prazo. Embora ainda seja dependente da negociação de atletas para equilibrar o orçamento em 2021, a busca pela racionalização de custos e despesas e a preocupação em elevar as receitas correntes têm clara sinalização de que o Internacional utilizará os recursos de venda de ativos, no futuro, para investimentos na formação de atletas e na manutenção da competitividade esportiva.

A palavra de ordem da gestão é performance dentro e fora de campo e, para isso, está em andamento um redesenho do organograma do Clube. Isso culminou com a condução, no último dia 11, de Santos para o cargo de CEO, com o propósito de liderar todas as áreas em busca do alinhamento dos objetivos estratégicos traçados no projeto apresentado pelo Conselho de Gestão e validado nas urnas.

Está claro para o Conselho de Gestão a necessidade de implementação imediata de ações voltadas ao enfrentamento do endividamento e pela busca do equilíbrio econômico do Clube. O senso de urgência é dado pelo presidente quando diz que “não podemos mais negociar com o tempo”, visão corroborada pela área financeira do Clube.

Inter define medidas para enfrentar perda de receitas com paralisação dos jogos

Enquanto a bola não rola em campo, o Sport Club Internacional segue trabalhando fora dos gramados. Após a aprovação das contas de 2019, o Conselho de Gestão do clube busca soluções para o enorme desafio trazido pela paralisação causada pela Covid-19. O clube trabalha com três cenários possíveis: um mais otimista, outro moderado e um terceiro mais preocupante. A estimativa de perda de receita gira em torno de R$ 100 milhões, caso se concretize o cenário mais grave – de 90 a 120 dias sem jogos.

Reunidos por teleconferência nesta segunda-feira (20/04), os membros da direção acertaram detalhes de um plano que estabelece medidas de contenção de despesas e ajuste nas contas. Muitas das ações já vinham sendo adotadas, e a ordem agora é reduzir em até 30% o orçamento em cada uma das áreas. “Este planejamento é indispensável para o Inter atravessar esse período com segurança e voltar com toda a força”, aponta o presidente Marcelo Medeiros.

Os cortes passam por medidas de grande impacto – como, por exemplo, a revisão de diversas operações logísticas e o encerramento das atividades do Inter B. Também estarão suspensos, ao longo da paralisação, novos investimentos, contratações de serviços e compras que não estejam estritamente ligados ao funcionamento do clube. O detalhamento dessas iniciativas ocorrerá ao longo dos próximos dias, quando cada área apresentar as ações de economia que serão tomadas para atingir a meta estabelecida pela direção. “A pandemia trouxe uma repercussão muito forte nas finanças de todos os clubes, e no Inter não foi diferente. Trabalharemos para equalizar essa questão com economia e boa gestão”, pontua o vice-presidente de Finanças, Lauro Hagemann.

O diálogo com outras entidades também seguirá sendo adotado pela gestão. O vice-presidente Alexandre Chaves Barcellos participa semanalmente de teleconferências com a Comissão Nacional de Clubes. Na pauta, são debatidos os novos aspectos da legislação que podem minimizar os prejuízos, bem como eventuais exigências do Profut. “Vamos buscar tudo o que estiver ao nosso alcance para que as perdas de receita tenham o menor impacto no resultado do clube”, destaca.

Saiba quais as medidas definidas pelo Inter para enfrentar a paralisação:

  • Criação de comitê de crise para acompanhamento e reavaliação de ações;
  • Simulação de diferentes cenários de fluxo de caixa;
  • Aproveitamento das medidas implementadas pelo governo;
  • Concessão de férias para atletas e comissão técnica, bem como para grande parte do corpo de funcionários, até 30 de abril:
  • Renegociação com fornecedores;
  • Renegociação bancária;
  • Redução orçamentária em todas as áreas, com meta de 30%;
  • Suspensão de todos os novos investimentos, contratações de serviços e compras que não estejam diretamente relacionadas ao funcionamento do clube;
  • Suspensão de contratações de pessoas;
  • Participação ativa na Comissão Nacional de Clubes.