O Personagem do Mês de agosto do Museu do Inter tem patente alta e foi um dos dois jogadores a participar de todas as partidas na histórica conquista da nossa primeira Libertadores. Fabian Guedes, o Bolívar, gravou seu nome na história colorada em 2006 e 2010.
Bolívar chegou ao Inter em 2003 e participou do processo de reconstrução da equipe no início da década. Nas duas Copas Sul-Americana que disputou, ganhou casca, como se diz, junto à equipe que disputou o título brasileiro até a última rodada em 2005.
Com Fabiano Eller, foi o único jogador a disputar todas as 14 partidas da histórica campanha de 2006. Já vendido para o Mônaco-FRA, ajudou o Inter a conquistar o tão sonhado troféu continental na grande final contra o São Paulo. E torceu de longe pela conquista do Mundial.
Seguindo sua senda de vitórias, retornou ao clube em 2008. Conquistou a Copa Sul-Americana daquele ano, a Copa Suruga em 2009, foi o capitão na conquista do bicampeonato Libertadores em 2010 e ainda conquistou a Recopa Sul-Americana em 2011, além de 5 títulos gaúchos.
Bolívar (A) comemora a conquista da Recopa Sul-Americana 2011 com Kléber (B) e D’Alessandro (C)
Bolívar no jogo contra o Santos pela 20ª rodada do Brasileirão 2011
Bolívar levanta o troféu de campeão da Copa Libertadores da América 2010
Bolívar encerrou a carreira como jogador em 2015 para retornar aos gramados em 2018, desta vez como técnico.
Do Gol 1000 em clássicos ao topo do mundo. Das conquistas regionais para os maiores feitos da história do clube. Exemplo dentro e fora de campo. O Personagem do Mês de julho do Museu do Inter é o eterno camisa 9 e capitão colorado: Fernando Lúcio da Costa.
Quando desembarcou em Porto Alegre naquele longínquo 2004, havia esperança. Mas nem o mais otimista dos colorados poderia imaginar o que viria pela frente. Só que o Gol 1000 em clássicos mostrava que tinha algo a mais ali. O camisa 18 daquela partida tinha, na verdade, um 9 tatuado na alma.
Líder dentro e fora dos gramados, Fernandão desbravou os caminhos que nos levaram ao topo da América. Na Copa do Mundo de Clubes, o ídolo, como um grande capitão, foi a testa de sua tropa, combatendo os avanços adversários até o limite de seu corpo. Retirou-se do gramado para a entrada daquele que marcaria o gol da vitória. Até nisso foi predestinado.
Marcou 77 gols nos seus 190 jogos com a camisa rubra. Foi dirigente, técnico e deixou um legado gigante para as gerações futuras de colorados. Em uma fatalidade, perdeu a vida em 2014. Mas jamais deixará nossas memórias e corações. Fernandão é eterno.
O Personagem Do Mês de junho do Museu do Inter é ninguém menos que Vicente Rao, grande impulsionador da primeira torcida organizada do sul do país e personagem ímpar da cidade de Porto Alegre. Rao tem sua trajetória ligada ao Internacional de várias formas. Nasceu no dia 4 de abril, mas em 1908, um ano antes da fundação do Clube do Povo. Foi jogador do Clube na segunda metade da década de 1920, tendo feito parte do grupo campeão gaúcho em 1927, primeiro título estadual colorado. Na oportunidade, Rao jogou apenas uma partida, em 1926, e marcou um dos gols. Dizia que era impossível ser titular concorrendo com Ribeiro e Lampinha, meias da época.
Na década de 1930 se afastou do Colorado para fazer parte do Clube Atlético Bancário, mas não abandonou seu amor pelo alvirrubro. Chegou a jogar contra o Inter, mas seu coloradismo falava mais alto, como no episódio em que comemorou um gol do Inter no final do jogo mesmo estando em campo com a camisa do adversário. Foi também nessa época que começou sua trajetória nos blocos de carnaval da capital, com a “Banda Filarmônica do Faxinal” e o famoso “Tira o Dedo do Pudim”. Suas estrepolias eram amplamente noticiadas pelos jornais do período e várias vezes foi destaque em publicações como a Revista do Globo.
Vicente Rao foi o criador do Departamento de Cooperação e Propaganda (DCP)
Na década de 1940, Rao esteve à frente da primeira torcida organizada do sul do Brasil, o Departamento de Cooperação e Propaganda (DCP), introduzindo o carnaval ao estádio, com fogos, serpentinas, papel picado e faixas. Além disso, era responsável por neutralizar a torcida adversária através de estratégias de propaganda. É muito conhecido o episódio em que, sabendo que a torcida do tradicional rival faria festa igual à sua, preparou uma faixa com os dizeres “Imitando os negrinhos, hein?”, que arrefeceu o ânimo dos adversários. Também é muito conhecida a história da cabrita Chica, que Rao fazia questão de levar aos jogos, mesmo quando sua entrada fora proibida.
Foi ainda Rei Momo da cidade de Porto Alegre entre os anos de 1950 e 1972, além de Papai Noel da cidade. E, em 1969, foi um dos fundadores da Camisa 12, tradicional torcida organizada do clube que existe até hoje. Falecido em 1973, virou nome de rua na zona sul, tendo na placa a alcunha que define perfeitamente sua vida: “alegria do povo”.
O Personagem do Museu do Inter neste mês de maio é uma figura dona de trajetória de 47 anos dedicados ao Internacional. Chegado ao Clube com 17, em 1974, Gentil de Souza Passos construiu uma história única com o Colorado, merecedora de todas as homenagens que lhe façam reverência.
Convidado por seu Rosa, roupeiro da época, para trabalhar por alguns meses como ajudante, Gentil Passos agarrou a oportunidade com unhas e dentes. Desde então, jamais deixou o vestiário colorado, ambiente sagrado onde conviveu com diversas gerações de craques.
Seu Gentil (D) e Falcão, em 2011
Presente em todos os grandes títulos da história colorada, seu Gentil viveu episódio marcante na final do Mundial de Clubes de 2006. No segundo tempo, quando o placar ainda estava zerado, o roupeiro precisou correr até o vestiário para buscar a camiseta reserva de Índio, zagueiro que acabara de quebrar o nariz. Por sorte, o primeiro uniforme encontrado por Passos foi o do xerife vermelho, que logo trocou de vestimenta e retornou a campo.
Seu Gentil é parabenizado após partida de volta das semifinais da Libertadores de 2010
Gigante, Seu Gentil segue vestindo o manto alvirrubro como uniforme de trabalho. Junto a todos os trabalhadores e trabalhadoras, ele, testemunha ocular e protagonista de nossa biografia, é um dos tantos heróis que engrandecem ainda mais a história do Clube do Povo.
No mês em que celebramos o Dia do Goleiro (26/04), data criada em homenagem aos profissionais que atuam nesta posição e que reverencia o aniversário de um dos principais goleiros da história do futebol gaúcho e brasileiro, nosso Personagem do Mês não poderia ser outro: Haílton Corrêa de Arruda, o Manga.
Manga é um dos grandes goleiros da história colorada
Também conhecido como Manguinha ou Manguita Fenômeno, o goleiro pernambucano marcou época na equipe treinada por Rubens Minelli que foi bicampeã nacional em 1975 e 1976. No entanto, foi no Sport Recife que o arqueiro se profissionalizou. Logo fez história no Botafogo, chegando a disputar a Copa do Mundo de 1966 como titular da Seleção Brasileira. Marcou época também no Nacional, do Uruguai, clube pelo qual foi campeão da América e Intercontinental em 1971.
Manga durante partida do Inter nos anos 1970
A chegada ao Internacional tem uma passagem curiosa. Em 1974, Manga viajava de Montevideo a São Paulo para acertar sua transferência ao Corinthians. Porém, Eraldo Herrmann, presidente do Inter na época, encontrou o goleiro no Aeroporto Salgado Filho, onde fazia escala, e o convenceu a jogar no Colorado. Assim, Manga fez parte do elenco bicampeão brasileiro nas temporadas 1975 e 1976, que encantou o país com seu bom futebol. O goleiro foi um dos personagens decisivos na conquista da primeira estrela nacional, enfrentando os chutes venenosos de Nelinho. Conquistou, ainda, três campeonatos gaúchos em 1974, 1975 e 1976.
José Francisco Duarte Júnior, também conhecido como Teté ou Marechal das Vitórias, um dos maiores treinadores da história do Internacional, é o Personagem do Mês de fevereiro do Museu do Inter. Natural de Pelotas, treinou diversas equipes do interior gaúcho antes de chegar ao Colorado. Enquanto o Rolo Compressor conquistava o histórico hexacampeonato gaúcho (1940-1945), Teté treinava Brasil-PEL, Farroupilha, Cruzeiro e Nacional-POA.
Teté é um dos grandes treinadores da história colorada
Antes de chegar ao Inter, já havia conquistado um título gaúcho, treinando a equipe do 9º Regimento de Infantaria. Chegou ao estádio dos Eucaliptos em 1951 e só sairia em 1957, com 4 títulos gaúchos e 4 citadinos (1951-1953 e 1955) – teve outra passagem em 1960.
Também comandou a Seleção Brasileira formada somente por gaúchos, que conquistou o Pan-Americano no México, em 1956. Esta foi uma das maiores conquistas do futebol nacional pré-Copa do Mundo de 1958, não só pela dificuldade, como pelo fato de se tratar de um selecionado regional.
Teté está no panteão dos grandes técnicos gaúchos e também dos maiores da história do Internacional, sendo um dos que mais treinou a jaqueta rubra.
Escurinho comemora gol marcado no Cruzeiro em 1972
Da Ilhota para a eternidade. Com suas jogadas, gols e samba, Luís Carlos Machado, o Escurinho, gravou seu nome na história do Inter e na memória da Maior e Melhor Torcida do Rio Grande.
Se a origem do Clube do Povo conta com o carnaval, também Escurinho veio da Boemia. A sua, da Ilhota. No icônico território negro, o ídolo colorado conviveu desde cedo com a música e o futebol. Deu seus primeiros passos no Campo da Rua Arlindo, aquele mesmo que abrigou os primeiros treinos do Inter.
Formado pelas categorias de base do Inter no Estádio dos Eucaliptos, virou profissional no Beira-Rio. Na Padre Cacique, conquistou títulos, marcou gols e escreveu histórias, como na final do primeiro turno do Campeonato Gaúcho de 1974, quando fez a imprensa questionar Ancheta, ou na tabela de cabeça que resultou na história pintura de Falcão sobre o Atlético-MG, na semifinal do Brasileiro em 1976.
Também no Beira-Rio, Escurinho tentou emplacar a venda de seu disco, ‘O Lance’, na final do Brasileiro de 1975. Gravada em muitas noites insones, pois os dias pertenciam aos treinos, a produção comprova como a boemia sempre andou lado a lado com a bola na vida de Luís Carlos. Seja pelo samba ou futebol, a certeza é de que o ídolo será eternamente lembrado vestindo a camisa alvirrubra. Saudades eternas, craque!
Quem não viu nosso Personagem do Mês jogar, com certeza ouviu muito sobre ele de seus pais ou avós. Quem o viu, nunca esquece do camisa 5 que encantou o Brasil, a Itália e o mundo, sendo coroado como oitavo Rei de Roma.
Natural de Abelardo Luz-SC, Paulo Roberto Falcão ingressou nas categorias de base do Inter em 1968, onde foi lapidado por nomes como Jofre Funchal e Abílio dos Reis. Subiu ao profissional pelas mãos de Dino Sani e, aos poucos, firmou posição no meio-campo colorado.
Durante sua trajetória vestindo a camisa alvirrubra, foi referencial técnico e líder do grupo de jogadores. Falcão era referência também fora de campo, ajudando bravamente na construção do Estádio Beira-Rio. Tricampeão brasileiro, deixou o clube rumo à Itália após o vice-campeonato da Copa Libertadores da América de 1980.
Após sua aposentadoria dos gramados, treinou o Inter em três oportunidades. Em 2011, conquistou o Campeonato Gaúcho de 2011, título que coroou sua segunda passagem como técnico.
Ao passar dos anos, o Rei seguirá tendo sua história passada adiante por torcedoras e torcedoras saudosos de sua classe e garra dentro de campo. Salve Falcão!
“Um meia cheio de fantasia”: foi assim que Roberto Baggio, craque italiano da Copa de 1994, definiu Sidney Colônia Cunha, o Chinesinho, Personagem do Mês de novembro do Museu do Inter.
Natural de Rio Grande, no sul do estado, Chinesinho chegou ao Internacional em 1955 e logo de cara foi conquistando o Campeonato Gaúcho. No ano seguinte, junto aos seus companheiros de Inter, conquistou o Pan-Americano do México representando a Seleção Brasileira.
Defendeu as cores do Inter até 1958, quando se transferiu para o Palmeiras. No alviverde paulista também foi ídolo e de lá foi para o futebol italiano. Jogou em várias equipes, dentre elas a Juventus de Turim. Depois de encerrar sua carreira, tornou-se treinador e chegou a comandar o Palmeiras por alguns jogos. Chinesinho faleceu em 2011.
O Personagem Do Mês de outubro do Museu do Inter é um dos maiores zagueiros da história colorada: Florindo, o Gigante de Ébano. Nascido em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Flávio Pinho, fez história nas nove temporadas em que atuou pelo Rolinho na década de 1950, atuando ainda pela Seleção Gaúcha e na Seleção Brasileira, conquistando o Pan-Americano do México em 1956.
O zagueiro se notabilizou por sua garra, técnica, velocidade e impulsão. Na vitória do Inter sobre o Santos por 5 a 1 em 1958, Florindo foi bastante elogiado por ninguém menos que Pelé, recém campeão do mundo com a seleção brasileira. Naquela partida, não só parou o craque santista, como o fez estando lesionado.
Florindo conquistou quatro vezes o Campeonato Citadino e o Campeonato Gaúcho, em 1951, 1952, 1953 e 1955.