Nota oficial

O Sport Club Internacional repudia de forma veemente os ataques de racismo contra o atleta Robert Renan. O Clube do Povo não tolera qualquer tipo de discriminação. Nenhum resultado dentro de campo justifica, e nunca justificará, ataques dessa natureza criminosa.

Inter repudia episódio de injúria racial contra atleta do Juventude

Na noite desta segunda-feira (29/08), durante o segundo tempo da partida entre Inter e Juventude, o atleta Felipe Pires foi vítima de injúria racial no Beira-Rio. Diante do episódio, o Clube do Povo manifesta seu absoluto repúdio a todo e qualquer tipo de preconceito, e informa que, tão logo ocorreu a identificação do responsável pelo ato, o torcedor foi retirado das arquibancadas do Gigante e sofrerá sanções em função do comportamento inadequado.

O Internacional está ajudando as autoridades na apuração dos fatos, e reitera seu apoio ao Juventude e ao atleta. O Clube lamenta que o episódio tenha ocorrido na partida de hoje, quando o time atuou com com a camisa preta e um patch antirracismo, elaborado pela CBF, estampado em seu novo uniforme.

Camisa do Inter terá patch contra o racismo no jogo desta noite

Em mais uma ação de repúdio a qualquer forma de preconceito, o Inter entrará em campo nesta noite (17/05), contra o Independiente Medellín, com um patch contra o racismo aplicado na camisa oficial. Além disso, será exibida no telão do Beira-Rio uma mensagem que corrobora a posição do Clube do Povo de banir de seu estádio manifestações desta natureza.

Patch que será estampado na camisa do Inter

A iniciativa ainda é reflexo do ocorrido no último sábado (14), quando o jogador Edenilson foi vítima de injúria racial por parte do atleta Rafael Ramos, do Corinthians. As redes do Clube estarão engajadas na ação a partir das 13h, quando ocorrerá a troca do avatar em todas as plataformas coloradas.

As lojas oficiais do Inter também terão o patch à disposição para os torcedores que desejarem aplicar em suas camisas. O patch foi criado pelo artista Gonza Rodriguez e é produzido exclusivamente pela Cromotransfer, empresa licenciada pelo Clube.

Príncipe Jajá fala para a Rádio Colorada

Jogador do Inter nas décadas de 70 e 80, tricampeão nacional com as cores do Clube do Povo, o ídolo Jair Gonçalves Prates concedeu, no início da noite desta terça-feira (19/05), entrevista para o Programa do Inter, da Rádio Colorada. Com a simpatia que lhe é costumeira, Jajá, como é conhecido, relembrou os tempos de atleta colorado, discorreu acerca do racismo, preconceito do qual, enquanto negro, infelizmente foi e segue sendo vítima, e também saudou, com carinho, o povo alvirrubro. Além disso, o ex-craque ainda se emocionou ao falar da mãe, falecida no último domingo (17/05). Muito obrigado por mais uma grande conversa, Príncipe! A Maior e Melhor Torcida do Rio Grande está contigo neste momento delicado, enviando muita força e prestando seus sentimentos.

Batista (E), Jair (C) e Falcão (D), em partida contra o Vasco no ano de 1980/Foto: Divugalção

De segunda a sexta, a partir das 18h, a Rádio Colorada apresenta o ‘Programa do Inter’, exibição que traz todas as atualizações sobre o dia a dia do Clube do Povo. Feito de torcedor(a) para torcedor(a), o Programa pode ser acompanhado através do APP oficial do Clube do Povo.

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A importância do Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial

Marco fundamental no combate ao preconceito, o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial ocorre neste sábado (21/03). Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1966, a data é uma referência ao Massacre de Sharpeville, ocorrido seis anos antes na África do Sul. Passadas exatas seis décadas do episódio, apesar dos avanços conquistados ao longo de todo este tempo, o marco segue sendo motivo muito mais para reflexão e luta do que qualquer comemoração.

O final da primeira metade do século XX esteve marcado, na África do Sul, pela instituição do Apartheid. Pautado pela segregação racial, o regime conferiu aos brancos do país, minoria na população, monopólios políticos e econômicos. A partir de então, negros tiveram negado o direito a voto, e seus terrenos passaram a ser tomados à força pelo poder público, que os repassava à minoria branca.

Placa na entrada de bairro negro alertava: “cuidado com os nativos”/Créditos: Reprodução

Sem terra, a população negra foi empurrada às periferias, estando também proibida de circular em muitas áreas das cidades, tidas como exclusivas para brancos. Em outras regiões, os negros só podiam se fazer presentes desde que carregando consigo uma caderneta na qual constavam sua etnia, profissão, cor e os locais onde sua circulação estava autorizada. Se fossem abordados pela polícia sem o documento, no mesmo instante estariam detidos. Eugenista e genocida, este vasto conjuto de políticas foi respondido, pelo povo oprimido, com muita resistência.

Desde o início da década de 50, foram muitos os grupos políticos formados por negros que começavam a se articular na sobrevivência ao Apartheid. Entre estes, o Congresso Nacional Negro (CNA), que teve em Nelson ‘Madiba’ Mandela um de seus mais destacados líderes. Na virada para os anos 60, grande parte da oposição, incluindo o CNA, passou a focar seus esforços em derrubar a “Lei do Passe” e suas exigências. Com esta motivação, no dia 21 de março de 1960 mais de 20 mil sul-africanos se reuniram em Sharpeville, ao sul da capital Joanesburgo, para protestar. Em comum? Nenhum deles carregava a caderneta.

Nelson e Winnie Mandela festejados pelo povo quando da saída do líder da prisão, em fevereiro de 1990/Créditos: Reprodução

A ideia, ao mesmo tempo que genial, era simples: obrigar a polícia a prender todos os manifestantes, assim causando um colapso no sistema prisional da região. Caótica, a situação, esperava-se, levaria a uma maior reflexão por parte das lideranças do país acerca do racismo presente em sua legislação. Um grupo de policiais, no entanto, respondeu ao protesto, que transcorria de maneira pacífica, como criminosos, abrindo fogo contra a multidão. Ao todo, foram 69 mortos e quase duas centenas de feridos.

Também violenta, a resposta do governo foi proibir organizações políticas na África do Sul, medida que logo colocou grupos como o CNA na ilegalidade, e se desdobrou em uma repressão ainda maior à comunidade negra e seus porta-vozes, a exemplo Madiba, preso em 1964, então condenado à prisão perpétua. Além disso, os corpos das vítimas do massacre foram colocados em caminhões, ao mesmo tempo que nenhum policial foi punido.

Imagens do Massacre/Créditos: Reprodução

Em pleno 2020, seis décadas depois de Sharpeville, o extremismo de fuzilamentos e massacres chega a soar inverossímel. Felizmente, pois comprova o quanto já evoluímos na luta contra a discriminação racial, mas que não significa que esta esteja erracidaca. Nem no mundo, nem no Brasil. Pelo contrário.

Passados 131 anos da abolição da escravatura, nosso país ainda hoje exibe intensas marcas do perído escravista. Economicamente, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2019, negros com ensino superior completo recebem salários 31% inferiores aos de brancos com a mesma formação. Um ano antes, o IBGE declarou que somente 30% dos cargos de chefia do país eram ocupados por pessoas pardas e pretas, grupo que, vale destacar, corresponde a 55,8% da população brasileira, números também fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Maioria, inclusive, os negros também são entre as vítimas de homicídios. Pelo menos é o que indica o Atlas da Violência de 2017, ao relatar que, das 65.602 pessoas assassinadas naquele ano, 75,5% eram negras. O mesmo acontece na população prisional, formada, em 61,6%, por pretos e pardos, de acordo com o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) de 2016. Estatísticas que servem de embasamento perfeito para a reflexão, mas também de motivação para a luta. Luta, esta, que encontra no Beira-Rio solo fértil.

Desde novembro do ano passado, com o objetivo de tornar sua casa um ambiente cada vez mais confortável, plural e democrático, o Clube do Povo oferece à Maior e Melhor Torcida do Rio Grande o ‘Estaremos Contigo’, canal para o envio instantâneo de denúncias de possíves atos discriminatórios e preconceituosos vivenciados dentro do Gigante em dias de jogos. A iniciativa, em sua essência, serve de convite para que levantemos nossa bandeira contra todo e qualquer tipo de discriminação. Afinal de contas, como diria Angela Davis, “em uma sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista”.

‘Estaremos Contigo!’: Inter lança canal para denúncia de atos discriminatórios em jogos no Beira-Rio

O ‘Estaremos Contigo!’ consiste em um canal disponível à Maior e Melhor Torcida do Rio Grande para o envio instantâneo de denúncias de possíveis atos discriminatórios e preconceituosos vivenciados dentro do Gigante em dias de jogos. Através do serviço, colorados e coloradas poderão contatar, via WhatsApp, o número 51 98114-7779, reportando qualquer episódio desconfortável vivenciado nas arquibancadas do Beira-Rio. Vale destacar que é fundamental que a denúncia identifique o setor do estádio em que o torcedor está localizado.

A partir de então, profissionais do Clube conduzirão, da maneira mais ágil possível, a identificação da situação e solução dos problemas. Também será possível entrar em contato com o ‘Estaremos Contigo!’ via banner localizado no APP do Inter, que remeterá para o WhatsApp.

Com o novo canal, o Colorado tem por objetivo transformar o Beira-Rio em um ambiente cada vez mais confortável, plural e democrático, aberto a toda a torcida vermelha. Casa do Clube do Povo do Rio Grande do Sul, o Gigante precisa ser um local livre de qualquer tipo de preconceitos, e o ‘Estaremos Contigo!’ se destaca como importante mecanismo de combate à intolerância. 

Aqui no Clube do Povo, a tua voz tem importância. Nós queremos te ouvir. E pode ter certeza que iremos agir!