Rolo Compressor: 20 curiosidades sobre o primeiro patrão do futebol gaúcho

Em homenagem ao 20 de setembro, o Museu do Inter selecionou 20 curiosidades sobre o primeiro time a reinar no Rio Grande do Sul – o Rolo Compressor. Equipe pioneira sob diversos aspectos, revolucionou o futebol do sul do Brasil e deu poder de representatividade ao povo gaúcho, transformando o Inter em Clube do Povo. Confira abaixo:

1- Um dos primeiros times profissionais do país.

Muito se fala sobre o sucesso do Rolo Compressor, mas ao quê isso se deve? Infelizmente, muitos dos times da primeira metade do século passado ainda pregavam o amadorismo e tinham como resultado a segregação entre equipes. Contudo, o Inter já projetava uma equipe profissional, isso facilitou para que os melhores viessem para cá, pois, além de pagar salários aos atletas, não existiam restrições quanto à cor da pele ou classe social. Portanto, bastava ser um bom jogador para vestir vermelho e branco.

2 – O início do Rolo Compressor

O ano de 1939 foi um divisor de águas. Em 24 de outubro, ingressou em nosso ataque Osmar Fortes Barcellos, o Tesourinha. Ele, junto com Carlitos e Rui, formou um trio histórico e que esteve junto por 7 anos no Rolo Compressor.

3 – O primeiro dos seis

Em 1940, após 3 anos sem participar, o Inter voltava ao Campeonato Gaúcho – que passava a contar com times profissionais. Na final, entre o campeão da capital e o do interior, batemos o Grêmio Bagé com duas vitórias e absoluta autoridade.

4 – Sem chances para os rivais

A equipe treinada pelo antigo velocista Wolny das Missões Bocorny apresentou, em 1941, um futebol muito superior aos adversários. O técnico, entusiasta do preparo físico e estudioso das táticas do futebol, montou uma verdadeira seleção, cobrando um desempenho físico exemplar de seus comandados. O resultado dessa potência se viu na final, quando aplicamos duas goleadas contra o Rio Grande: 9 a 2 no primeiro jogo e 6 a 2 no segundo.

5 – O primeiro tri

Em 1942, o Inter se tornou o primeiro time tricampeão do estado. Foi nesse ano, também, que a clássica formação do Rolo Compressor foi vista desfilando nos campos gaúchos. Eram eles: Ivo; Alfeu e Nena; Assis, Ávila e Abgail; Tesourinha, Russinho, Villalba, Rui e Carlitos.

6 – O melhor ataque do país

Em 1942, além do recorde do tricampeonato, o Rolo Compressor estabeleceu o recorde de gols em uma temporada. Ao todo, foram 108 naquele ano, algo inalcançado em todo o Brasil naquela época. Além disso, o título veio de forma invicta!

7- Defesa sólida

Muito se fala do ataque avassalador do Rolo, mas como diz a famosa frase: “um grande time começa por um grande goleiro”. Ivo Winck defendeu o Inter por 9 anos (1941-50), foi 7x campeão gaúcho e tido como um dos melhores goleiros gaúchos de todos os tempos.

8- Supremacia vermelha

Os grandes feitos do Rolo Compressor em campeonatos estaduais já são conhecidos, mas não foi apenas ali que nossos astros brilharam. No dia 30/09/1945, ultrapassamos nosso rival em vitórias em clássicos Gre-Nais e, desde então, o Clube do Povo mantem essa supremacia.

9 – O hexacampeonato

Nunca antes no Rio Grande do Sul fora avistada uma superioridade como aquela. A equipe conseguiu feitos inéditos a partir do tricampeonato de 1942, mas não parou por aí. Em 1945, conquistamos o hexa e a primeira e maior sequência de títulos estaduais. Hoje, a maior sequência também pertence ao Inter e foi estabelecida entre os anos de 1969 e 1976 com o octacampeonato.

10 – Papai é o Maior

A clássica marchinha de carnaval por um período foi tida como um hino para os colorados. Ela se inspirava na já famosa música de Felisberto Martins com o mesmo título de “Papai é o Maior”. Aos poucos ela foi sendo utilizada e modificada pela torcida colorada. Uma das suas versões faz alusão ao hexacampeonato de 1940 à 1945 com a frase “Papai é o maior, seis vezes sem rival”.

11 – Osmar Fortes Barcellos

O Tesourinha é um dos grandes símbolos do Rolo Compressor, tanto que sua chegada e saída servem para demarcar o início e o fim da gloriosa equipe. Entretanto, ele conseguiu com suas técnica e habilidade ir além das barreiras do Rio Grande do Sul, quando em 1948 foi eleito o melhor jogador do Brasil no prêmio “Melhoral dos Cracks”, vinculado à Rádio Tupi, com 3.888.440 de votos.

12 – Uniforme

Muito se pergunta sobre a numeração do Rolo Compressor, mas a verdade é que números em camisas de futebol só foram ser utilizadas a partir da Copa do Mundo de 1950. Outro detalhe no uniforme do Rolo é o escudo colorado, que na época tinha suas cores invertidas: o fundo era branco e as letras entrelaçadas eram vermelhas – e foi assim até a década de 1960.

13- Doutores em Futebol

Em 1945, com o inédito hexacampeonato, os jogadores do Inter receberam um certificado que dava aos nossos atletas o título de Doutores em Futebol. O documento foi uma das contribuições de um dos mais célebres torcedores do Internacional, o Vicente Rao.

14 – Vicente Rao, o criador do Rolo Compressor

Além de todas suas contribuições, Rao ainda era um magnífico criador de símbolos. Através de seus desenhos enviados aos jornais, o time dos anos 1940 ficou conhecido como Rolo Compressor, como na charge da imagem.

15 – Carlitos

Alberto Zolim Filho, o Carlitos, era o implacável goleador, com recordes até hoje inalcançados. Foram 485 gols em 384 jogos (marca do Clube). O maior artilheiro colorado de todos os tempos e o maior goleador de clássicos Gre-Nais – 42 gols em 62 jogos.

16 – Villalba

Um dos grandes “hermanos” a vestir a camiseta colorada, fez sucesso ao lado de Carlitos e Tesourinha. Até hoje, ele é o estrangeiro com mais gols pelo Clube. Foram 153 anotados no total e o posto de segundo maior artilheiro de clássicos Gre-Nais (21).

17 – O Clube do Povo

Com a grande variação de etnia e classe social dentro do elenco do Rolo Compressor, as pessoas de diferentes comunidades se viam representadas no Inter. Com isso, nossa torcida ganhou a particularidade de não ter particularidades. Era do povo para o povo.

18 – Representações do Rolo Compressor

Com a proximidade das diversas comunidades do Rio Grande do Sul, a torcida colorada começou a sofrer dos mais diversos preconceitos dos times que ainda eram fechados a grupos específicos. Com isso, as representações em charges de jornais começaram a vincular a imagem do Inter com a figura de um menino negro de vestes humildes. Além disso, preconceituosos atrelavam as vitórias do Inter à magias e mandingas. Com o passar dos anos, ambas representações foram unidas e surgiu o menino negro e mágico como nosso representante, o Saci.

19- Campanha do Tijolo

Para construir um estádio sobre as águas foi necessário o apoio da nossa torcida. A campanha do tijolo, de 1967, contou com a ajuda e divulgações dos nossos ídolos dos anos 1940 e 1950. Os principais a promoverem a campanha foram Tesourinha e Carlitos.

20 – O último doutor

Último remanescente, João Crêscencio faleceu em 2021, aos 102 anos. Assim, todos os astros brilham eternamente na memória.

Um elenco único, que mudou a realidade do nosso futebol. Gaúchos, Compressores, Doutores e do Povo, mas, acima de tudo, COLORADOS.